como começou

A campanha

Juventudes contra Violência é uma campanha de repúdio às violações dos direitos juvenis e de mobilização social pelo fim da violência contra a população jovem de Belo Horizonte e cidades da região metropolitana. A ideia foi ampliar a discussão sobre o tema da violência contra as juventudes e estimular a construção de redes de proteção à cidadania juvenil, com a participação de diversos setores da sociedade. A proposta é baseada na Agenda de Enfrentamento à Violência contra as Juventudes, documento que apresenta um diagnóstico sobre o fenômeno da violência contra as juventudes no contexto local e levanta prioridades para as políticas públicas. A campanha estimula diversas atividades, incluindo ações culturais de rua, de incidência política, debates e encontros entre diversas organizações que trabalham a temática das juventudes em Belo Horizonte e região metropolitana.

objetivos

A campanha Juventudes contra Violência tem por objetivos:

  • Visibilizar e denunciar o fenômeno da violência contra as juventudes da Grande BH e informar a população jovem sobre o tema.
  • Sensibilizar agentes e gestores públicos de diferentes áreas para a promoção de políticas de enfrentamento à violência contra as juventudes.
  • Mobilizar jovens e organizações da sociedade civil para que atuem com foco no enfrentamento à violência contra as juventudes em centros culturais e comunitários, escolas, praças, ocupações urbanas, entre outros espaços.

processo colaborativo

A campanha Juventudes contra Violência começou a ser construída em 2010. Teve por objetivo chamar a atenção da sociedade para a realidade da violência contra a população jovem e contribuir para o enfrentamento ao fenômeno.

Para isso, foram criados espaços de reflexão, levantamento de ideias e definição de estratégias. Para sua efetividade, foi criado um grupo de trabalho (GT) conduzido pela AIC, que planejou a campanha, produzindo encontros ampliados e garantiu que as questões debatidas nos encontros fossem traduzidas e operacionalizadas no desenho final da proposta. A identidade visual surgiu das intervenções realizadas pelos jovens em suas próprias fotografias, buscando representar os impactos de diferentes violações de direitos em suas vidas.

Além disso, foram realizados dois encontros ampliados com a rede do Fórum para qualificar a concepção e a articulação da campanha. Os encontros possibilitaram o aprofundamento das discussões e deram o tom da identidade visual e da linguagem das peças, além de planejamento de uma mobilização descentralizadas na Grande Belo Horizonte.

agenda política

A Agenda de Enfrentamento à Violência contra as Juventudes, documento que deu origem à campanha Juventudes contra Violência, foi publicada pelo Fórum das Juventudes da Grande BH em novembro de 2012, com a intenção de visibilizar e denunciar diferentes formas de violência cometidas contra jovens da região e reivindicar políticas públicas para a superação do problema. A Agenda identifica violência como negação de direitos e discute como o racismo, a homofobia, o machismo, as violações aos direitos humanos e aos direitos sexuais e reprodutivos, a negligência por parte do Estado e a ausência de orçamento específico para as políticas públicas impõem graves barreiras ao desenvolvimento integral das juventudes.

jornada formativa

Entre agosto e dezembro de 2015, foram realizadas 36 atividades formativas ligadas à plataforma política Juventudes contra Violência: saraus, rodas de conversa, cineclubes e palestras. Festivais, workshops e oficinas temáticas; a maioria delas em diferentes regionais de Belo Horizonte e na Região Metropolitana. Parceiros do Fórum na Bahia, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro também realizaram encontros vinculados à Plataforma. Mais de 1200

Adolescentes e jovens participaram dos encontros, que contaram, ainda, com a presença de trabalhadoras/es da saúde, educação e assistência social. As atividades foram realizadas por grupos, coletivos e organizações da sociedade civil, de universidades e ligados a programas públicos de atendimento a jovens, em seus respectivos territórios de atuação. Todos os encontros dialogaram com algum/ns dos eixos programáticos da plataforma política Juventudes contra Violência, que estabelece 10 pautas prioritárias para o enfrentamento à violência contra as juventudes.

A metodologia e o tema das atividades variaram conforme a atuação cotidiana dos grupos. Saraus, por exemplo, realizaram encontros temáticos pautando o Direito à Cidade, em sintonia com a ocupação permanente que realizam nos espaços urbanos. O eixo Políticas Sociais, que inclui discussões sobre educação e políticas afirmativas, foi discutido junto a estudantes de diferentes instituições de ensino superior. Já o Enfrentamento ao Genocídio da Juventude Negra, devido à gravidade extrema do assunto, foi discutido na maioria das atividades.

Todas as atividades tiveram o suporte metodológico de integrantes do Fórum das Juventudes, especialmente de sua Secretaria Executiva, por meio de encontros presenciais, telefonemas e constantes trocas de e­mails.

Confira, abaixo um mapa com os locais onde foram realizadas as atividades formativas durante esse período das jornadas formativas. Alguns deles receberam mais de um encontro.

FALTA MAPA

SEMINÁRIO JUVENTUDES CONTRA VIOLÊNCIA

O seminário “Juventudes contra Violência” objetivou o fortalecimento das redes de defesa dos direitos de adolescentes e jovens, além do aprofundamento da temática do controle social e horizontes de atuação conjunta neste campo de lutas. Neste sentido, realizou um intercâmbio de experiências educativas e de mobilização relacionadas ao tema. A programação contou com exposições dialógicas, painéis temáticos e atividades culturais. Na ocasião, haverá também o lançamento do jogo educativo “oKupa: juventude, cidadania e ocupação da cidade”, uma produção do Fórum, que foi distribuído gratuitamente aos participantes.

Na programação do seminário, durante a Mostra das campanhas de enfrentamento à violência contra as juventudes, estiveram presentes importantes iniciativas que são realizadas em todo o Brasil, como: Série “Diz aí – Enfrentamento ao Extermínio da Juventude Negra” (Canal Futura e organizações parceiras / RJ); “Juventude marcada para viver” (Observatório de Favelas / RJ); “Reaja ou será morto, Reaja ou será morta” (Quilombo X / BA); “Eu pareço suspeito? Levante­se ou será derrubado” (Wapi Brasil em parceria com a Soweto ONG /SP) e “FALE contra a redução da maioridade penal” (Rede FALE – ES).

depoimentos

Eu sinto os meus direitos violados quando as pessoas me julgam pela minha aparência, por eu ser diferente, por eu não ser como a sociedade quer que eu seja.

N.L. 14 anosSabará

Sinto os meus direitos violados quando as pessoas me desrespeitam por eu ser diferente.

C.R. 16 anosSabará

Eu tive os meus direitos violados uma vez que entrei no supermercado e ia pegar uma barra de chocolate e então chegou um cara de terno e gravata e me perguntou se eu precisava de alguma coisa, e ficou me olhando, como se eu estivesse ali para roubar. Então eu deixei o chocolate lá e disse pra ele que eu não precisava daquele supermercado, que tinham vários onde eu podia comprar. Mas a situação foi humilhante.

Jovem em regime de semiliberdadeBelo Horizonte